A Árvore de Natal é em norma um pinheiro ou abeto enfeitado e iluminado na época do Natal. Esta tradição tem raízes muito mais longínquas do que o próprio Natal.
Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura, mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de Natal. Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casa no dia mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida sobre a morte. Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.
Segundo a tradição, S. Bonifácio, no século VII, pregava na Turíngia (região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos com símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto.
A primeira referência à Árvore de Natal como hoje a conhecemos surgiu no século XVI e foi nessa altura que se vulgarizou na Europa Central. Há registos de árvores de Natal na Lituânia em 1510.
Diz-se que foi Lutero, autor da reforma protestante, que após um passeio pela floresta no Inverno, numa noite de céu limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de Árvore de Natal, com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto porque para ele o céu devia ter estado assim no dia do nascimento do Menino Jesus.
O costume começou a enraizar-se. Na Alemanha, as famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores de papel. No início do século XVII, a Grã-Bretanha importou da Alemanha a tradição da Árvore de Natal pelas mãos dos monarcas de Hannover. Contudo a tradição só se consolidou nas Ilhas Britânicas após a publicação pela “Illustrated London News”, de uma imagem da Rainha Vitória e Alberto com os seus filhos, junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de 1846.
A tradição da Árvore de Natal espalhou-se por toda a Europa e chegou aos Estados Unidos da América na época da guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição não se consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas. Contudo, em 1856, a Casa Branca foi enfeitada com uma árvore de Natal e a tradição mantém-se desde 1923.
Devido à origem pagã, o uso da árvore de Natal predomina nos países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Nos países católicos, como Portugal, a tradição da árvore de Natal foi surgindo pouco a pouco ao lado dos já tradicionais presépios. Contudo, a aceitação da Árvore de Natal em Portugal é recente quando comparada com os restantes países. Assim, para os portugueses, o presépio foi durante muito tempo a única decoração de Natal e por isso é ainda considerada por muitos a mais tradicional.
Até aos anos 50, a Árvore de Natal era até algo mal vista e ignorada pela população. Contudo, hoje em dia, a Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia portuguesa incluindo na decoração das grandes cidades!